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Abraços de semeadura

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DIÁRIO DOS (A)BRAÇOS Abraços de semeadura…………09

 

✍️ Estimado leitor deste abraço de hoje: “há um tempo para cada coisa debaixo dos céus… tempo de semear e tempo de colher”, diz o autor do Livro do Eclesiastes (Ecl 3, 1-8).

Às vezes, em meus dias, percebo que esses tempos se chocam, se entrecruzam, e até me confunde entre a estação das semeaduras e das colheitas.

🙄 De uma hora para outra, vimos as estações de nossa vida interior mudarem, perderem o seu calor, a sua vitalidade.

De repente, da alegria, fez-se a tristeza; da saúde, fez-se a doença; da liberdade, fez-se a reclusão… De repente, no mundo inteiro, não mais do que de repente, nos vimos caminhando para o que viria a ser uma novação estação mundial.

🌻 As diversas estações da alma, que em distintos tempos entre os povos e raças faziam a vida girar, aquecer, hibernar, esfriar, florescer, frutificar, em cada cultura e tradição, aos poucos foram se tornando, em todos os países, uma única e densa estação: a gélida estação do COVID-19!

😉 Meu companheiro de abraços guardados e redescobertos, assim começava a nascer um novo abraço na pandemia: forjado entre os braços começava a viver para semear, semear… e semear! Um tempo exigente, mas também insistente na via da esperança.

🧏‍♂️Então, neste vai e vem, neste aperta e afrouxa da vida em sociedade, das emoções mais tensas, profundas e oscilantes, descobri que têm certos tempos da vida humana em que eles se parecem muito com as estações da natureza: às vezes a vida está no meio das flores; outras vezes no meio dos jardins; ou às vezes, parece que a vida habita os tempos de dormência do outono.

🤓 O ser humano é um ser celebrativo, esquecente também, é verdade; por isso ele precisa se encontrar, reunir, fazer memória, festejar para se fortalecer enquanto indivíduo, pertença grupal, enquanto humanidade. Nestas horas, eu tenho certeza, com muito pesar, que temos que adiar estas estações de reuniões humanas para dar lugar ao distanciamento social, para que, depois, num futuro próximo, possamos ensaiar os passos vindouros, com mais força, felizes e fartos de festas.

Com isso, eu digo nomeadamente: Não tenho dúvida de que este nosso tempo não é de colheita, nem de calor, nem de flores. Menos ainda de jardins abertos, abraços e rodas de conversa, mas sim vivemos num tempo frio, fechado e de deserto. O que fazer meu Deus – meu caro diário – diante desta dura constatação?

🤓 Então comecei a pensar: se não vivemos em um tempo farto de colheitas, de fartura, de festa, então a estação humana imposta pela pandemia do Covid-19 só pode ser uma: a de semear!

Isso é questão de sobrevivência psíquica e social, até mesmo espiritual… Até que as sementes voltem a tecer o novo que há de vir, num futuro breve, sem doença pandêmica, sem distanciamento humano, sem medo de abraçar, de caminhar pelas ruas ao léu sem ter um porquê.

É meus leitores com quem compartilho esta penosa e, ao mesmo tempo, libertadora escrita: a vida humana parece nos pedir gestos de semeaduras pelos campos da vida minguada, descompassada e transitória para que ela volte a se replantada no centro do jardim da vida.

 

😞 A tempestade pandêmica ceifou muitos sonhos, trabalhos, projetos, modos de vida, pessoas (no momento mais de 70 mil mortos infectados no Brasil), deixando-nos numa sobrevida marcada de penúria, cansaços, fadigas emocionais e sociais.

Queremos de volta os tempos de vida com liberdade, pois não basta sobreviver, é preciso ir além da sobrevivência, é preciso viver com tudo o que esta palavra insiste em fundar dentro de nós. A gente não quer sobrevida, a gente não quer a vida pela metade. A gente quer a vida com fartura, beleza, saúde, paz, liberdade, proximidade, encontros, tantos quantos temos direito e desejamos como seres humanos. Então, para que esta vida desejada encontre novamente em nós morada, replantar o tempo presente com semeaduras novas e diversas é fundamental para o futuro da humanidade.

🧏‍♂️ Em algum momento, na vida pós pandemia, precisaremos de cuidar dos cansaços e fadigas. Neste momento de travessia da humanidade, precisamos humildade para ocupar os espaços possíveis da vida, sem arrogância e ambições desmedidas, para semearmos entre os laços, entre os braços, abraços ensaiados que anunciem a coragem para prosseguir espalhando coisas boas e vitais.

🧏‍♂️ Neste momento da humanidade, infelizes os que quiserem colo, reconhecimento, valorização pessoal, serem amados, dentro deste tempo tempestuoso, encontrarão pouca coisa e serão marcados por seus egoísmos e a história futura os reconhecerá.

Ao contrário, o movimento da humanidade precisa ser o de saída, ação ativa em vista da cooperatividade e da superação. A vida nos pede que a abracemos com amor.

🤝 Que os nossos braços sejam bem largos, alargados e exercitados nestes tempos difíceis, em palavras e gestos, para semearmos tudo aquilo que desejaríamos receber nesta pandemia, para que o que desejamos encontrar no presente momento,  seja-nos possível no futuro próximo, onde teremos passado por este tempo de semeaduras rumo a um novo tempo, pós-pandemia, o tempo de colheitas.

🤗 Abraços de SEMEADURA:

Sob este céu de desertos e de desejos, a vida insiste em ficar de pé, em dar passos e seguir adiante, por entre sendas e ruinas, poeira e espinhos, covas, cavas, feridas e calos, esperança e resiliência, por entre estações de outonos e de invernos, ela segue o árduo compromisso de semear.

🤗 Abraços de semeadura são mãos que abraçam o solo sagrado do coração humano, trazendo-lhe esperança em forma de palavras, gestos e obras, esparramando dias mais fartos de alegrias.

🤗 Um abraço de semeadura, é compromisso de replantar a vida, principalmente nas áreas onde ela foi devastada…

esparramando sentimentos e pequenas atitudes de generosidade.

🤗 Um abraço de semeadura, é uma volta de afagos ao redor do coração cansado de pulsar, para que ele possa irrigar todo o nosso ser…

Esparramando paz onde existe tensão e aridez.

🤗 Um abraço de semeadura, é remédio da alma para curar os que foram golpeados pelo frio desta noite escura, de desassossego…

esparramando as sementes de delicadeza e harmonia.

 

🤗 Um abraço de semeadura, é movimento de saída mesmo quando, diante da mágoa e do ressentimento, o coração insistindo na reclusão, seguirmos esparramando as sementes da reconciliação.

🤗 Abraços de semeadura, têm o poder de fazer restaurar as forças singelas que sustentam a vida cotidiana onde ela foi arrasada…

esparramando pequenas gotas de cura e reconstrução.

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Então, neste tempo tão incerto e precário, quem for capaz de sair, por si e pelos outros, esparramando as melhores sementes guardadas dentro de nossa humanidade, verá um mundo melhor florescendo, em breve.

Então neste dia, será uma alegria sem fim, com abraços infinitos e diversos, tantos quanto os que tivemos que renunciar ou adiar no afastamento social…

Este futuro próximo será de “bem aventuranças”!

E ele surgirá quando menos esperamos. Talvez ele virá numa manhã de pandemia, ao despertarmos de nossas camas, cansaços dos dias acinzentados e sem alegria, escutando o noticiário:

“a cura chegou!” O vírus foi vencido.

Quando este dia chegar, ah meus caros leitores de diários, celebraremos a grande fraternidade universal, e nascerá, ou renascerá, a mais nova data comemorativa da humanidade:

O dia mundial do abraço, como nunca antes fora visto em mais de 100 anos.

… enquanto esta manhã não chega, recordamos:

Semear é preciso, colher, é consequência.

Vamos?! semeando o bem, o belo, o singelo, sem olhar a quem.

 

Desejo que este abraço de semeaduras, tenha te apertado bem no afago destas palavras e que ao te soltar, você esteja fecundado de novas sementes do amanhã. Que assim seja.

 

@pe.marcelo.bh

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